"Por quê?"



"Por quê?" - Não faça desta pergunta uma arma, a vítima pode ser você!

13 de ago. de 2010

Sem sentimentalismos...

Depois de um certo tempo, o romantismo foi dando lugar ao pragmatismo. E eu lamento por isso, lamento muito. Lamento pelos sonhos dos quais tive de abdicar, pelas canções suaves que deixei de cantar, pelas asas cortadas da imaginação, pela ausência de paixões. Verdade que eram esses elementos que davam sentido à minha vida. Mas perdi muito tempo em função deles, quando não anos... E não tenho mais esse tempo pra perder. Allons, allons! E é justamente porque passei boa parte da vida a sonhar, inventar, reinventar, contemplar, a esperar o impossível, que sempre demora mais um pouco, que fiquei desse jeito, como uma monótona linha reta ou uma tela concretista, correndo atrasada atrás do que antes era o futuro.

E agora é assim... Nada de grandes emoções, nada de paixões desmesuradas, até porque há quem precise da minha total lucidez. A sensação é de ter me abandonado numa esquina qualquer, com minhas fantasias, e seguido adiante com outra de mim. Uma outra que eu não gosto, mas que, neste momento, é necessária. Uma outra que não é feliz nem triste, que não é íntima de ninguém, nem de si própria. Que sorri por aí, de um sorriso qualquer.

Para sobreviver, precisei ser uma outra qualquer, que deixa tudo no lugar certo, no "common place". Tenho que tomar cuidado, no entanto, com pequenos detalhes, como por exemplo ouvir "How High the Moon". É música de tocar o coração, e eu tenho de me proteger de possíveis recaídas. Afinal, não posso mais me dar ao luxo de ser tão sentimental.

E, se assim não for, é assim que consigo explicar este fenômeno em mim.