"Por quê?"



"Por quê?" - Não faça desta pergunta uma arma, a vítima pode ser você!

13 de ago. de 2010

Desprocessamento

Como deve ser escrever assim sem deixar o pensamento ordenar matematicamente as palavras? É o que tento fazer aqui, embora não seja de todo possível. Mas vale a experiência. Passar rapidamente as palavras para a superfície vazia, sem dar muito tempo ao cérebro para ordenar o pensamento. Cuspir palavras, com ou sem nexo. Fogo. Luz. Água. Mar... Mar... aMar... Gosto de "mar". Com mar se faz MARtírio, MARacujá, MARasmo, MARcar, MARavilha, MARgem, MARginal, mar, mar mar...

Eu não quero fazer sentido. Quero perder todos. Quero me desprocessar. Quero me desconstruir e espalhar cacos, pedras, vitrilhos, faíscas, ruínas de mim. Quero me desintegrar, porque o corpo pesa, comprime a alma. Não quero saber das histórias que fiz. Não quero saber porque as histórias que fiz tiveram um fim. E, se tiveram um fim, foram pedaços de histórias. Migalhas para tapar os buracos da existência. Quero aquilo que não tem começo nem fim. A energia suprema, sem forma, sem regras, sem promessas, sem passado ou futuro.

Mas por que tudo ainda continua fazendo um estúpido sentido? Um sentido absurdo e sem sentido... Amor - o único sentido. Por onde anda este ilustre personagem de toda grande história?


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