"Por quê?"



"Por quê?" - Não faça desta pergunta uma arma, a vítima pode ser você!

13 de ago. de 2010

Pão e circo

Eu não tenho a obrigação de ser feliz. Sou feliz quando posso, não quando devo. Mas parece que vivem a cobrar da gente o tempo todo riso e diversão. É, é bom sim. É muito bom. Só que nem sempre é possível. Alegria não é algo que se retira de um caixa eletrônico 24h. E não estou em nenhum picadeiro com a missão de animar platéias. Que mania doentia de felicidade os humanos têm! Será que precisam disso pra se distrairem de si próprios e aliviarem suas histórias? Mas às custas de terceiros? Oh, não... Eu não vou me prestar a esse papel de "inocente inútil" de dar pão e circo para o povo quando também sinto fome, outras fomes. Deixem-me aqui com meu momento, com meus escafandrismos, minhas reflexões, saudades, certezas e incertezas. Deixem-me gostar também das profundezas. Quando terminar o ciclo e mudar a estação, eu divirto o grande público. Sou boa nisso quando posso. Mas agora não. Preciso cumprir minha própria existência, preciso não me trair. Deixemos o circo para uma outra hora e o pão também. Há ventos que sopram e mudam as paisagens. E não há como impedir o vento de ventar. Da mesma forma que não há como deter o sol, que deve chegar, deve chegar a qualquer momento...

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Hoje seria aniversário de minha mãe. Mas ela se foi de forma tão prematura e repentina, que eu fiquei com uma infinidade de "seria", sem saber até hoje o que fazer com esta flexão verbal.