"Por quê?"



"Por quê?" - Não faça desta pergunta uma arma, a vítima pode ser você!

13 de ago. de 2010

Encontros e desencontros

Nenhum encontro acontece por acaso. Conseguimos explicar alguns, outros não. Mas, certamente, cada encontro tem sua razão de ser, até os mais efêmeros. Quanto aos desencontros, eles só passam a existir quando não respeitamos o tempo de duração de cada encontro ou quando não conseguimos compreender suas razões. Assim, para evitarmos um desencontro, é preciso contar com a sensibilidade de perceber o momento certo de partir. E partir é sempre tão difícil... Mas, ao entendermos que a missão foi cumprida, o melhor é bater em retirada para que encantos não se quebrem, para que as memórias sejam ternas e suaves como as boas canções, para que a passagem pelo outro permaneça especial e leve como cheiro de alfazema.

Às vezes, nossa missão num determinado encontro é tão somente a de ajudar o outro a sorrir, a se distrair de suas dores, a plantar uma flor no caos, a acender uma ou outra luz, até que a travessia para um novo ciclo seja feita. Insistir em ficar, ao percebermos que o outro já consegue sorrir sem a nossa interferência, que já pisa em terra firme e estabiliza seu universo, é bobagem. Já não seremos tão necessários. A missão foi cumprida e o encontro justificado. Levamos dele os bons momentos, as descobertas, os risos e o aprendizado compartilhados, além da certeza de que seguiremos mais crescidos. E, a despeito da dificuldade das partidas e das ausências, levamos ainda a dor feliz de saber que aquele que fica atingiu, enfim, seu ponto de bem-estar.

Permanecer no encontro, após o cumprimento de uma missão, só faz sentido se o outro mostrar, explicitamente ou não, a importância de se ficar mais um pouco - ou muito mais -, pois que não há nada mais sem sentido num encontro do que a sua desimportância.