"Por quê?"



"Por quê?" - Não faça desta pergunta uma arma, a vítima pode ser você!

13 de ago. de 2010

Errando o texto

Algumas vezes, a gente erra o texto. Outras, o texto erra a gente. Quando o texto erra a gente, não é nossa culpa; culpe-se a vida, o destino, o tempo ou qualquer fenômeno externo a nós. Mas quando a gente erra o texto, aí é tudo de ruim. É algo assim como a fragmentação de uma mensagem que pretendeu acertar. É a frustração do verbo, a antiexpressão, um azul que desbotou, um atentado à comunicação, que, por sua vez, é um atentado ao que se pode chamar de encontro. E, no final, só nós resta a triste tarefa de admitir o erro. Isto corresponde a um desencontro.

Errar o texto é uma falha frequente quando o pensamento não está organizado ou quando as sensações se confundem. Errar o texto significa que não detemos o controle momentâneo da nossa existência. Acontece muito quando há algum tipo de medo ou conflitos internos presentes. Ou, ainda, quando o possível receptor do nosso verbo não se encontra aberto e legível. Algo bastante comum entre os mortais.

Só que nenhuma dessas teóricas explicações minimizam o meu mal-estar ao errar um texto. Não gosto e não gosto e não gosto. Não gosto porque vivo de me pensar - pelo que pago preço alto -, vivo de previsibilidades, vivo de arquitetar estruturas e de me proteger contra o desconhecido. Assim, errar um texto significa me errar. E hoje eu me errei. Paciência... Agora é tentar arrumar as palavras na próxima vez. Mas aí é a "próxima vez", e só Deus sabe o que, quando e com quem vai ser a próxima vez.

Ih! Não era nada disso que eu queria dizer. Errei o texto todo de novo.