Direita? Esquerda? Em frente? Retorno? Há situações em que se precisa de uma escolha. Na verdade, escolhas sempre são feitas, ainda que à revelia, já que não escolher é também uma escolha: escolhe-se ser paralisado pela ausência de caminhos ou ser levado pelo vento dos acasos. Nem sempre sabemos o que fazer com as direções, mas sabemos quando alguma delas pode nos levar a becos sem saída, aos "dead-ends". E aí... Aí nada... Olha-se para o céu e voa-se até a altura possível, na contramão do mundo. E tenta-se ser feliz nesse átimo de tempo, até a hora inevitável da escolha: direita, esquerda, volver! (vou ver?). Marchons, marchons! Como obedientes soldados de um mundo aparentemente ordenadinho pelas relações mornas de causa e efeito.
É que certas estradas, mesmo que sigam na direção errada, são tão bonitas e densas que só a experiência de pass(e)ar por elas já vale a viagem. É que certas estradas são tão plenas que conseguem reunir a um só tempo: todas as direções, um beco sem saída e uma paisagem multicor jamais contemplada em outras rotas. E não terá sido em vão percorrê-las se, ao final delas, chegarmos maiores, melhores e mais humanos, influenciados pela poesia do retrovisor.
Além do mais, saídas sempre haverão de existir...
Além do mais, saídas sempre haverão de existir...
Ao fundo uma canção, na voz de Sinatra: Who knows where the road will lead us? Only a fool may say...